segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Quilombo Campo Grande/MG/Frei Gilvander: Felizes os que lutam por direit...







“Deus
criou a terra para todos. Felizes os/as que lutam para libertar a mãe terra do
poder do latifúndio” (Frei Gilvander). Quilombo Campo Grande, do MST, Campo do
Meio/MG. ALMG, 22/11/2018. Vídeo 6.

Audiência Pública foi
realizada pela Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais, no dia 22/11/2018, no Espaço Democrático José Aparecido de Oliveira,
para discutir a ameaça de despejo às 450 famílias Sem Terra do Quilombo Campo
Grande, em Campo do Meio, e encaminhar ações em defesa dessas famílias. Em
1998, dois anos após a antiga Usina Ariadnópolis encerrar suas atividades e
decretar falência, em 1996, sem acertar salários, indenizações e dívidas
trabalhistas, que no total somam mais de R$300 milhões, trabalhadores e
trabalhadoras ocuparam a área, como uma forma de terem saldadas suas dívidas e
garantidos os seus direitos. Distribuídas em 11 Acampamentos do MST, as 450
famílias constituem o Quilombo Campo Grande e há 20 anos trabalham e produzem
nessas terras. A paisagem mudou: a área de 3.900 hectares que era tomada pela
monocultura de cana-de-açúcar, hoje tem a produção da terra variada e gera
trabalho e renda para cerca de 2.000 trabalhadores e trabalhadoras, garantindo
a sobrevivência das famílias acampadas e fazendo circular a economia na cidade
de Campo do Meio e região. Essas famílias, ao longo dos anos, se organizaram,
construíram suas casas, se estruturaram, cuidaram da terra e hoje, produzem, de
forma orgânica, sem agrotóxicos, 510 toneladas de grãos de café por ano e,
graças a essa produção, o Quilombo Campo Grande concentra uma das maiores
cooperativas de café do Estado de MG, a Cooperativa Guaií. Além disso, colhem
também, nessa mesma linha agroecológica ou em transição, 55 mil sacas de milho,
8,5 mil sacas de feijão e plantam em 40 hectares, horta com grande variedade de
verduras, legumes e tubérculos. Também estão plantadas nos acampamentos 60 mil
árvores frutíferas e mais de 60 mil árvores nativas. A decisão judicial de Juiz
da Vara Agrária proferida em 7 de novembro/2018 que determina a reintegração de
posse e o despejo das 450 famílias do Quilombo Campo Grande ameaça toda essa
história de luta, emancipação humana e transformação social, ferindo gravemente
o princípio da dignidade humana, desconsiderando os 20 anos de vida dessas
famílias que estão plenamente integradas nessas terras, onde produzem, resistem
e sobrevivem. É ético, moral, humano e legal, garantir a permanência dos
camponeses e camponesas do Quilombo Grande nessas terras e possibilitar, assim,
que sigam sua vida e seu trabalho na terra, em paz com suas famílias. Nesse
vídeo, a intervenção eloquente de frei Gilvander Moreira, da coordenação da
CPT-MG, que faz memória histórica, como testemunha, de anos dessa Ocupação em
Campo do Meio, manifesta seu apoio e solidariedade a essa luta e resistência
contra as ameaças e a opressão do sistema que protege o latifúndio e os
latifundiários, alerta para as gravíssimas consequências de um injusto e
covarde despejo e lembra, com ternura, que a terra é de todos, dom do Deus da
Vida, que quer todos os seus filhos e filhas, vivendo com dignidade.
+ Vídeo original das
gravações do streaming da TV Assembleia da Assembleia Legislativa de Minas
Gerais. Divulgação de frei Gilvander Moreira, da CPT, das CPT e do CEBI. Edição
de Nádia Oliveira, colaboradora da CPT-MG. Belo Horizonte/MG, 22/11/2018.
* Inscreva-se no You Tube,
no Canal Frei Gilvander Luta pela Terra e por Direitos, no link: https://www.youtube.com/user/fgilvander,
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