sábado, 2 de novembro de 2013

Noite de terror na ocupação William Rosa

Noite de terror na ocupação William Rosa
Na noite de ontem, 01 de novembro. Os moradores da ocupação William Rosa sentiram na pele toda a truculência e despreparo da polícia militar responsável por contagem.
O dia começou na ocupação com a visita da comissão de direitos humanos da assémbleia legislativa e terminou com a mais absurda violação dos direitos humanos de crianças, idosos , mulheres e homens.
Após a visita os moradores sairam em passeata da ocupação até a porta da prefeitura de contagem, caminharam por aproximadamente 3h, sem nenhum incidente, respeitando  as solicitações feitas pela polícia. Ao chegarem na prefeitura se juntaram aos moradores da ocupação do Tupã que, após serem despejados,  acamparam na porta da prefeitura.
O intuito da marcha era serem atendidos pelo prefeito ou por algum representante que tivesse poder de decisão. Como já está agendado para segunda feira, 04/11, uma rodada de conversa com o governo federal e o governo do estado,  seria fundamental que a prefeitura participasse também, afinal, a ocupação William Rosa é em Contagem. Tanto os representantes do Estado quanto da federação afirmam ser muito importante a presença do município para a construção de uma alternativa.
Ao chegarem à prefeitura as famílias foram recebidas por um batalhão da guarda municipal e a resposta do representante do governo foi que, “se quizessem, a prefeitura os receberia na terça feira”, que não iriam à reunião conjunta pois não tinham nada com isto. Indignados com a resposta do prefeito Carlin Moura (PCdo B) os moradores voltaram à ocupação e decidiram por fechar a BR 040 e a avenida Severino Ballesteros. Se viram forçados a isto diante do total descaso da prefeitura.
Para fechar as vias usaram os métodos tradicionais, queimando pneus, pois isto garante vizibilidade e segurança aos manifestantes e aos motoristas.
A polícia militar chegou na avenida Severino Ballesteros por volta de 20:30h. Inicialmente parecia ter disposição de conversa mas, logo em seguida, um dos policiais agrediu um deficiente físico, o que gerou grande indignação. Os coordenadores da ocupação atuaram para acalmar as pessoas e solicitaram que se sentassem no chão, o que foi atendido. No entanto esta ação foi respondida com bala de borracha e gás pelos militares.
Não se contendo em atacar a manifestação, que acontecia na rua, o agupamento militar, comandado pelo Tenente Thiago ( único policial com identificação) passaram a atacar diretamente a ocupação. Com uma chuva de balas de borracha e bombas, sem alvo certo. As bombas foram atiradas com escopetas no meio dos barracos e por via aérea. Bombas de pimenta e gás lacrimogênio foram lançadas de helicópteros na área da creche e da cozinha, lugar de refúgio das crianças. Além disso policiais entraram dentro da ocupação e jogaram gás dentro de barracas com crianças e idosos, agrediram mulheres que estavam cuidando dos meninos. Os policiais colocaram fogo deliberadamente em barracas. Outras barracas se incendiaram pela ação das bombas. Quando os ocupantes se aproximaram para apagar o fogo foram alvejados por bala de borracha, os que estavam isolados do grupo foram agredidos fisicamente pelos policiais, mesmo sendo mulheres sozinhas e os militares estando em dupla. Dois jovens que tentavam proteger uma barraca com três crianças foram presos. Felizmente os moradores se reagrupavam e, mesmo sendo atacados, apagaram os focos de incêncio. O que impediu que uma tragédia acontecesse. Dois policiais sairam feridos do confronto, do lado dos ocupantes foram bem mais de 100. Isto sem considerar as crianças que foram atingidas por bombas com gás de pimenta. Pelo menos cinco pessoas foram presas por volta das 23h e até as 3h da manhã de hoje,  dia 02 de novembro não tinham ainda chegado à delegacia.
A justificativa da polícia para tamanha agressão foi que os manifestantes que fechavam a via os agrediram, e que  tentavam desobstruir a via. Nada justifica atacar barracas que abrigam famílias que lutam por moradia e que alias nem estavam naquele momento interditando a via, pois estavam dentro da ocupação, nada justifica jogar bombas sobre as áreas coletivas da ocupação .É de conhecimento público que são espaços separados justamente para servirem de abrigo às crianças, em caso de conflito ou outras necessidades.
Nada justifica, mas algumas coisas explicam: O descaso, autoritarismo e comprometimento dos governos com as empreiteiras, em especial do governo Carlim e o profundo envolvimento de alguns batalhões de polícia de contagem com o “comando do ceasa”.
Desta vez, debitamos a conta da agressão à polícia militar e a Carlim Moura sem isentar é claro  o governo do estado e o governo federal.
Quanto aos moradores, permanecem na luta. Se a intenção era despejar, não foram bem sucedidos, se era amedrontar,  o que temos a dizer é que as famílias que aqui estão o fazem por extrema necessiadade de moradia. Enfrentam a ameaça da polícia para fugir de uma ameaça maior, a de não conseguir garantir um teto para seus filhos.

Moradores da Ocupação William Rosa

2 comentários:

  1. E o que estes bandidos fizeram com o povo, não conta? fechando vias, ameaçando e roubando quem estava na rua... Voces nao têm vergonha na cara! Sem terra com Hi Lux, Frontier, Honda Civic!!! quer terra, vão trabalhar para conseguir! Retardados!

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  2. Campanha antecipada para a Vanessa ! vergonhoso, achar que tem chance assim, avacalhando direito do cidadão de bem! Os poucos que Têm algum direito estão coagidos por vocês! Obrigados a pagarem metade do que conseguirem para a "causa". Não lhes desejo mal, mas lhes desejo senso de honestidade e ética! Deus está olhando!

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